"Rezar muito. E ter fé. Porque as coisas estão todas amarradinhas em Deus." (Guimarães Rosa)




quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Não sei se levo ou me deixo levar.  Não tenho certeza, não sei de nada. Não sei o que quero, mas sei (bem) o que não quero.

marianne a.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Falando sério.


Na Roma antiga, a escravidão na zona rural fez com que os camponeses perdessem o emprego e migrassem para a área urbana. O inchaço das cidades somado aos problemas sociais e às revoltas da população que exigia melhores condições de vida, fez com que o imperador criasse a política do “pão e circo”: todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios (sendo o Coliseu o mais famoso) onde eram fornecidos alimentos (como trigo e pão) ao público. Assim, a população se divertia, se alimentava e, consequentemente, esquecia-se dos problemas e das idéias de rebelião que tanto incomodavam o imperador.

Muitos, muitos, muitos anos se passaram, mas todo esse tempo não foi suficiente para tornar “humanos” aqueles que se julgam mais espertos que os outros. Aqueles que são capazes de fazer de nós, cidadãos, vítimas desse tipo imundo de política.  Aqui, as ruas estão esburacadas, mas temos o vôlei. As folhas de pagamento só andam em atraso, mas temos o vôlei. Os medicamentos de uso continuo para hipertensos e diabéticos nas unidades da rede pública muitas vezes estão em falta; há uma gigantesca demora na realização de cirurgias e até de um simples exame médico. Um verdadeiro caos na área da saúde, mas, convenhamos, o vôlei tá aí. Pra fazer a “alegria” da moçada que teve a coragem de jogar seu mais forte instrumento de democracia no lixo, enquanto a desordem toma conta da cidade.  

Em uma entrevista ao telejornal da cidade, nosso imperador propôs que façamos um pacto de amor a Montes Claros. Acertou na mosca. É urgentemente necessário que façamos um pacto de amor a nossa cidade, a nossa família e, principalmente, a nós mesmos, pois, enquanto o “pequi atômico” não explodir ou esse circo não pegar fogo, nós é que somos a atração principal: os palhaços.

marianne a.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Divã

E, hora ou outra, ela aparece. Atormentando, cutucando, machucando. Uma tristezinha grande sem fim que faz com que eu me sinta pequena, frágil. Sozinha. Daquelas que nem o (seu) abraço que faz eu me sentir deliciosamente pequena é capaz de curar. É formada por um emaranhado de sapos e palavras engolidas contra a minha vontade. E ficam ali, num lugar estratégico, emboladas entre meu estômago e meu coração.
Uma espécie de medo. Medo de ficar só. Algumas pessoas podem até achar ridículo, até porque eu mesma sei que é cedo pra isso. Sei que estou longe dos quarenta, sequer sou titia e, que tudo isso é pouco - pra ser suficiente - a ponto de mudar meu humor. Sei disso e, como sei.
Se aconteceu algo? Não, hoje não. (hoje) Não mordi o canto da boca, nem tive nenhuma frustração, prisão de ventre ou algo parecido. Sei bem o que aconteceu, mas prefiro não falar enquanto não superar. Parece que quanto mais eu falo, mais demora a passar. Como se as palavras ganhassem vida a cada vez que toco no assunto, sabe?
É, tens razão. Eu preciso (mesmo) é de falar, falar, falar. Sem parar, o mais rápido possível. E  sem respirar. Porque aí eu alimento essa coisa de tal forma que ela vai crescer, crescer, crescer e morrer logo em seguida. E tudo vai virar paz. E meu riso vai ficar livre pra voltar a sair por aí, sorrindo de verdade.

por Rodolpho Bastos e marianne a.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Não, não faça tudo às pressas. Não saia por aí passando por cima dos outros e vivendo intensamente cada dia como se fosse o último. Não é esse o segredo. E se o último dia não for hoje? Pode ser amanhã, ou depois de amanhã. E aí? Aí você vai se ver preso aos planos que não fez. Arrependido por não ter dito aquele “eu te amo” quando tinha que ser dito. Por não ter dado aquele abraço quando era preciso. Por ter segurado aquelas lágrimas enquanto elas brigavam com suas pálpebras para que as deixassem sair. Aí você vai olhar pra trás e ver que nada tem, que nada construiu. Que não tem de quem sentir saudades, de quem cuidar. Com quem se preocupar.
Aprenda: é o tempo o bem mais precioso e não há como competir com ele. Não há como tentar acompanhar seu ritmo. Então, pule, dance, abrace, beije, beba, corra, sonhe. Ame. Viva. Mas viva devagarzinho. Não deixe que, com tanta ânsia por viver, suas atitudes façam tristes os olhos de quem te quer bem.  


marianne a.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Panorâmica

Tanta gente, tantas vidas, tantos problemas. Pessoas nascendo, correndo, pensando, trabalhando, amando, morrendo. Gerundiando. Ando, ando e não chego a lugar nenhum. Tudo é movimento, tudo passa rápido demais. Quero viver sem pensar, aproveitar cada segundo. É melhor viver sem pensar, que pensar e não viver.
Vou abrir as janelas, tirar a poeira dos móveis. Jogar fora a caixinha das lembranças que me prendem ao passado e enchê-la de novas experiências. Mandar embora os medos que batem à minha porta. E logo. O relógio não para com seu tiquetaquear. A pressa pode até ser inimiga da perfeição, mas quem é que quer perfeição? Quero inconseqüência, perigo. A vida corre lá fora. Vou lá, quem sabe consigo alcançá-la.

marianne a.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Entre você e Deus

Muitas vezes, as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-la de agoísta, interesseira. Seja gentil assim mesmo.
Se você é vencedora, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo.
Se você é honesta e franca, as pessoas podem enganá-la. Seja honesta e franca assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo.
O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã. Faça o bem assim mesmo. 
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja você que, no final das contas, é entre você e DEUS. Nunca foi entre você e as outras pessoas!                                                                                      

Madre Teresa de Calcutá

terça-feira, 18 de janeiro de 2011


Abre um olho, depois o outro. Sente uma energia diferente no ar. Olha pra janela e vê uma pontinha de raio de sol entrando por ela. Os últimos dias não lhe fizeram bem. Foram dias de chuva sem vento, que só molharam e impregnaram tudo de ruim que já havia por ali. Pula da cama e abre as janelas. O céu tem a cor-de-céu mais cor-de-céu que ela já viu. Fecha os olhos e, sorrindo, sente aquele ventinho pós-chuva batendo em seu rosto. Deleita. Ficaria ali o resto do dia se pudesse. Sacode os lençóis, os tapetes, as roupas. Tudo o que possa ter acumulado lama e mofo nesses dias de chuva. Deixa o sol entrar. Invadir o quarto e a casa em todas as direções. Horizontalmente, verticalmente, interior-mente.  Com suas cores, seu calor, sua luz. Daquelas que doem o olho da gente. “Com certeza deve ter algum arco-íris por aí. Se não tiver, tá é aqui dentro mesmo”, pensa. Seu sorriso parece ter ganhado vida. Sente uma vontade louca de dançar, gritar, conversar. Sozinha. Só ela e seu sorriso.
Quer um dia bonito pela frente. Vai se emperequetar. Pôr uma flor no cabelo, fazer as unhas. Pintar uma de cada cor. Vai abrir sua caixa de lápis de 36 cores. E depois vai pintar tudo de azul. Verde, rosa, cor-de-laranja.  Nada como uma manhã de sol para colorir o preto e branco dos últimos dias.

marianne a.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Monólogo


Mania besta de esperar sempre um algo a mais das pessoas. De querer e, por isso, achar que elas vão agir do mesmo jeito que a gente. Não que eu aja sempre esperando algo em troca. Minha educação, fidelidade e honestidade são unilaterais, mas, no fundo, sempre há um fiozinho de esperança que me faz achar que por ser (quase, não sou santa) sempre correta com os outros, eles agirão da mesma forma comigo. Certa vez, li que “algumas pessoas são como bolhas de sabão: lindas por fora e vazias por dentro”. Pensam, falam e agem do modo que para elas convêm.
Incontáveis vezes, disseram-me que sou boba. Mas aqui dentro, lá no fundo, existe uma voz. Melhor, um restinho de voz... Quase que indiferente e insignificante, sussurrante, mas dotado de uma força enorme, que diz pra eu continuar assim. Assim, serei eu. Serei, antes de tudo, honesta e fiel a mim mesma. E é isso o que realmente importa.

marianne a.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

E ele mata e morre por aqueles olhos. Olhos enigmáticos, expressivos. Que olham pra não sei onde, que dizem sei lá o quê. Não são olhos de ressaca, como os de Capitu, nem de cabra-tonta como os de Silivana, mas são os mais lindos que ele já viu. São olhos negros coloridos – deveras, complexos - de onde brota toda a beleza que existe. Ah, ela exala graça e poesia. É música, é paz. E ele presta atenção em cada movimento, cada palavra, cada gesto dela. Não quer perder nada. E ele só olha, quer ficar perto, ficar junto, mesmo que de longe. E ele só pede que ela fique... mesmo que em silêncio, mas que fique. 

marianne a.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Desejo a você...


Companhia ao invés de solidão. Luz no lugar da escuridão. Banho de chuva, banho de sol, banho de mar. Mais tempo e menos trabalho. Menos aparência e mais conteúdo. Amor de pai, amor de mãe. Amor de namorado. Abraço de amigo, olhar de criança. Magia ao invés de realidade; melhor, que toda a magia transforme-se em realidade. Letra, música e poesia. Borboletas. Metamorfose, transformação. Risos, [só]risos e gargalhadas. Desejo que tenhas um pé para roçar, alguém de quem cuidar. Amores. Amores e beijos sem fim. Um 2011 doce e colorido para todos nós!

marianne a.