"Rezar muito. E ter fé. Porque as coisas estão todas amarradinhas em Deus." (Guimarães Rosa)




quinta-feira, 28 de abril de 2011

O grito


Seus olhos, sua boca, suas mãos. Tudo nela grita. Escandalosamente, ela grita. Ansiando pela sua paz, sem, para isso, ter que ser o inferno da vida de alguém. Pedindo forças para arrumar a bagunça que os maus ventos fazem quando passam por sua vida. Em meio a paradoxos e escândalos, ela grita. Mas guarda tudo pra ela. Grita quietinha, em seu silêncio. Escandalosa-mente. Paradoxal-mente.

marianne a.

das minhas verdades


Minhas verdades são floridas. Às vezes, com um ou outro espinho que machuca quem as toca; mas continuam sendo minhas e, sendo minhas, são floridas. Vez ou outra, doloridas.

marianne a.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

[FÉ]RNANDA


O que tem de ser tem muita força, eu sei. E eu tento e até consigo ser quase sempre forte, mas é que às vezes batem uma fraqueza e uma revolta que me fazem ver uma força ainda maior no que poderia ter sido e não foi.
As fotos, as roupas, os brinquedos e as cartinhas ainda estão aqui. Cada cômodo da casa transborda de lembranças. Mas em uma segunda-feira de setembro a dona saiu, foi embora e, não, não vai mais voltar.  Triste é saber dos planos que ela tinha e não teve tempo de realizar. É não ter onde despejar toda essa saudade que quando não cabe mais no coração, escapa pelos olhos.
Eu só queria que o Seu Tempo tirasse uma folga e me deixasse voltar pra ver você indo tomar banho às quatro da tarde e seu café às seis horas. Queria ouvir você, de batom vermelho e rabo de cavalo, me chamando pra brincar, ou ao menos conseguir me lembrar da sua voz. Queria mesmo era ter você de volta.

marianne a.

segunda-feira, 18 de abril de 2011


Já troquei de roupa e mudei o cabelo. Já mudei o jogo e troquei de fase. Já dancei com outro par pra variar, amor. Já achei o amor próprio que tinha perdido por aí e tirei toda a poeira impregnada. Sinceramente, o querer não existe mais e a vontade de voltar e viver tudo de novo, muito menos.
Pras lembranças já dei um rumo, peguei todas e deixei que o tempo as colocasse em seu devido lugar: no passado. Engraçado é perceber que até hoje, não sei se por saudade ou orgulho ferido, tudo o que eu escrevo é pra você.

marianne a.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

vem que eu te espero.


E quando se sentir sufocado pela liberdade por você mesmo escolhida, vem. Vem que eu te espero, de vestido longo colorido, cabelo comprido, fones de ouvido e óculos de sol. Vem, meu bem, que eu faço graça e conto piada. Vem que eu canto uma música, te dou uma estrela e te faço feliz.
 marianne a.

sábado, 9 de abril de 2011

porque um sorriso muda tudo


Existe um lugar em que eu queria morar. Cultivar, conquistar, tomar posse. Lá, as cores ganham vida, fazem festa. Sentem-se livres para pintar o sete e fazerem verdadeiras obras de arte. É paz, é mistério. É bonito e aconchegante. É motivo pras minhas idiotices e palhaçadas. Lugar que eu queria que fosse meu, só meu. É aí, meu bem, no seu sorriso.

marianne a.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A menina e o tempo


Ela sorri sem motivos, mas chora também. Sente saudades do que foi vivido, do que foi sonhado; dos planos que havia feito e do seu futuro garantidamente seguro e feliz. E ela procura uma explicação, um culpado por tudo ter ido por água a baixo. Procura, procura e encontra: é o tempo. Ele leva as oportunidades, leva as pessoas e coloca rugas em seu rosto. O tempo tira a cor dos seus cabelos e de sua vida. Ela não sabe o que fazer nem o que dizer. Ela queria ter motivos para sorrir e nenhum para chorar. Ela queria ter mais tempo. Só isso e nada mais.

marianne a.