"Rezar muito. E ter fé. Porque as coisas estão todas amarradinhas em Deus." (Guimarães Rosa)




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sempre (en)frente, porque atrás vem gente.


Depois de tanto tapa, chute e soco que a gente leva na vida, acaba aprendendo (na marra) a diferenciar amigos de companheiros de farra e a dar valor nas pessoas que realmente gostam da gente. Aprende que por detrás de um sorriso pode haver uma má intenção. Aprende que sempre (e sempre) existe alguém que, enquanto te abraça e diz ser seu amigo, está de olho no que é seu, está torcendo para que seus planos deem errado e jogando os outros contra você. Está de olho em cada passo seu, esperando você se distrair por um minuto para puxar seu tapete e te apunhalar pelas costas. São nossos velhos conhecidos “bolhas de sabão”: lindos por fora e vazios por dentro.
E com o passar do tempo, que nos presenteia não só com números (e rugas), mas também com a maturidade, aprendemos o ciclo de vida das bolhas de sabão. Elas se exibem, deslizam pelo ar, fazem graça, mas o fim de todas é o mesmo. Estouram sozinhas.
Amigos (de verdade) são poucos, estão em falta no mercado. Dê valor aos que você tem. E quando vierem os tais “bolhas de sabão”, sorria e siga. Sempre (en)frente, porque atrás vem gente.

marianne a.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

E quando eu fecho os meus olhos, quase não vejo mais os seus. quase  Nem me lembro das cores do seu sorriso e do calor do seu abraço. Em silêncio, já não escuto a sua voz. Pra falar a verdade, você quase não existe mais em mim. E de quase em quase, hora ou outra, todo esse quase vira nada.

marianne a.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011


Ela sonhou demais, dormiu no ponto. Tapou os olhos e os ouvidos, ignorou todos os seus sentidos. Mais de uma vez fingiu não ouvir o gritar do despertador tentando acordá-la. Perdeu a hora e, pronto, acordou tarde. Atrasou-se. Vivendo algo que não existia e às vezes até sendo quem não era para viver aquilo que queria que existisse e ser aquilo que era conveniente ser.
Quando acordou, foi como ter ouvido um “clique!”. Percebeu que seu estômago não digeria sapos, então, antes que tivesse uma terrível indigestão, era melhor parar de engoli-los.

marianne a.

sábado, 5 de fevereiro de 2011


E quando algo tocar seu rosto de um jeito doce e suave, fazendo você fechar os olhos e sorrir, sou eu. Na verdade, são os beijos que eu pedi pro Seu Vento levar aonde eu não posso mais chegar.

marianne a.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

dos afazeres


Faço, (re)faço, (des)faço, (mil)faço. Se, mesmo assim, não der certo, sorrio e disfarço, mas faço.

marianne a.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Elas, as palavras.

Penso, respiro, abro a boca e, mais uma vez, elas escapam. Fogem de mim que nem o diabo da cruz, que nem um vira-lata da carrocinha. Elas, as palavras. As malditas palavras. Que deviam ser minhas aliadas, se juntando e colocando pra fora tudo aquilo que fiquei horas ensaiando, confabulando. Mas não. Elas se acumulam, formam um nó em minha garganta. Nó que fica lá, provocando tosse e tirando minha concentração.
Enquanto isso, aqui dentro, meu silêncio não para de falar. Não para de gritar, de matraquear. Perfurando meus tímpanos com seus mais de 120 decibéis. Escapando por todo o meu corpo. Fazendo com que meus olhos, minhas mãos, meu sorriso… Fazendo com tudo fale mais que minha boca (é que ela obedece aos comandos do meu cérebro, e não do meu coração). Existe um abismo entre nós. E elas se distanciam cada vez mais de mim. Elas, as palavras. As malditas palavras.

marianne a.