"Rezar muito. E ter fé. Porque as coisas estão todas amarradinhas em Deus." (Guimarães Rosa)




segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Divã

E, hora ou outra, ela aparece. Atormentando, cutucando, machucando. Uma tristezinha grande sem fim que faz com que eu me sinta pequena, frágil. Sozinha. Daquelas que nem o (seu) abraço que faz eu me sentir deliciosamente pequena é capaz de curar. É formada por um emaranhado de sapos e palavras engolidas contra a minha vontade. E ficam ali, num lugar estratégico, emboladas entre meu estômago e meu coração.
Uma espécie de medo. Medo de ficar só. Algumas pessoas podem até achar ridículo, até porque eu mesma sei que é cedo pra isso. Sei que estou longe dos quarenta, sequer sou titia e, que tudo isso é pouco - pra ser suficiente - a ponto de mudar meu humor. Sei disso e, como sei.
Se aconteceu algo? Não, hoje não. (hoje) Não mordi o canto da boca, nem tive nenhuma frustração, prisão de ventre ou algo parecido. Sei bem o que aconteceu, mas prefiro não falar enquanto não superar. Parece que quanto mais eu falo, mais demora a passar. Como se as palavras ganhassem vida a cada vez que toco no assunto, sabe?
É, tens razão. Eu preciso (mesmo) é de falar, falar, falar. Sem parar, o mais rápido possível. E  sem respirar. Porque aí eu alimento essa coisa de tal forma que ela vai crescer, crescer, crescer e morrer logo em seguida. E tudo vai virar paz. E meu riso vai ficar livre pra voltar a sair por aí, sorrindo de verdade.

por Rodolpho Bastos e marianne a.

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