Abre um olho, depois o outro. Sente uma energia diferente no ar. Olha pra janela e vê uma pontinha de raio de sol entrando por ela. Os últimos dias não lhe fizeram bem. Foram dias de chuva sem vento, que só molharam e impregnaram tudo de ruim que já havia por ali. Pula da cama e abre as janelas. O céu tem a cor-de-céu mais cor-de-céu que ela já viu. Fecha os olhos e, sorrindo, sente aquele ventinho pós-chuva batendo em seu rosto. Deleita. Ficaria ali o resto do dia se pudesse. Sacode os lençóis, os tapetes, as roupas. Tudo o que possa ter acumulado lama e mofo nesses dias de chuva. Deixa o sol entrar. Invadir o quarto e a casa em todas as direções. Horizontalmente, verticalmente, interior-mente. Com suas cores, seu calor, sua luz. Daquelas que doem o olho da gente. “Com certeza deve ter algum arco-íris por aí. Se não tiver, tá é aqui dentro mesmo”, pensa. Seu sorriso parece ter ganhado vida. Sente uma vontade louca de dançar, gritar, conversar. Sozinha. Só ela e seu sorriso.
Quer um dia bonito pela frente. Vai se emperequetar. Pôr uma flor no cabelo, fazer as unhas. Pintar uma de cada cor. Vai abrir sua caixa de lápis de 36 cores. E depois vai pintar tudo de azul. Verde, rosa, cor-de-laranja. Nada como uma manhã de sol para colorir o preto e branco dos últimos dias.
marianne a.
marianne a.
Nenhum comentário:
Postar um comentário