"Rezar muito. E ter fé. Porque as coisas estão todas amarradinhas em Deus." (Guimarães Rosa)




sábado, 1 de setembro de 2012

Sobre o tempo



Tem dias que a gente já acorda filosofando. Criando teorias e procurando explicações pro que acontece à nossa volta. Hoje acordei pensando sobre o tempo, tentando defini-lo e entender o sentido que ele dá à minha vida. Cheguei à conclusão de que o que é definido pelo dicionário como “A sucessão dos anos, dias, horas, etc., que envolve a noção de presente, passado e futuro” não tem, para mim, uma definição precisa. O tempo não passa de um verdadeiro leva-e-traz. Leva o Sol e luz, mas traz a lua pra enfeitar a noite dos namorados. Leva as oportunidades e pessoas para nós importantes, mas por outro lado, coloca rugas em nosso rosto e, vez ou outra ilumina nossas famílias com a graça de uma criança. Ao mesmo tempo em que tira a cor de nossos cabelos e de nossas vidas, colore e cura tudo. Ele é perigoso, é traiçoeiro. Sobre ele, essa coisa ao mesmo tempo bonita e feia, só se tem certeza de que vez em quando leva.. Outrora ele traz. Mas existe algo que sempre fica por onde ele passa: a SAUDADE.
E hoje eu chorei, chorei de saudade do que vivi, do que não vivi e de tudo o que me foi levado. Hoje,  nove anos depois, minhas lágrimas tinham cores alegres, braços que me abraçaram, lembranças que me acalmaram e, o principal, tinham um nome: FERNANDA. Saudade, Fefê.

marianne a.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Catopear



É agosto!

Corre pra rua e deixa o vento te abraçar, te descabelar!

Deixa o vento te tocar
Dançar no seu rosto
e colorir
Catopear!

marianne a.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O que é, o que é?



Tinha cara,
                  cor e
                            cheiro de insônia...
                                                           ...mas era só saudade.


marianne a.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Receita de felicidade






- ... e quando a felicidade é tanta que já não cabe dentro da gente?

- Transborde alegria, distribua sorrisos e faça 
alguém feliz. Brinque de pega-pega com uma criancinha, coloque uma flor no cabelo de uma velhinha...


- Mas e se a felicidade for bem pequenininha e não der nem pra dividir com ninguém?


- Transborde alegria, distribua sorrisos e faça alguém feliz. Brinque de pega-pega com uma velhinha, coloque uma flor no cabelo de uma criancinha. Porque felicidade é mais simples do que se imagina... 
E, feliz, meu amigo, feliz mesmo é aquele que tem o dom de fazer brotar o riso nos lábios de alguém.

marianne a.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Rotina



Passam-se as horas, passam-se os dias, as semanas, os meses.. e todo dia é a mesma coisa. Quando te encontro, como se entrasse em uma bolha que me isolasse de tudo, fico boba, fico tonta. Meus olhos sorriem, o tempo para e nada, nada mais me importa. Porque você, com esse andar engraçado e com esses olhos negros coloridos, de onde brota toda a beleza que existe, sempre vem acompanhado de muita cor, música e riso fácil. E eu, feito menina moça que acaba de ganhar aquilo de que mais carece, te aperto contra meu peito e fecho meus olhos para, em meu silêncio gritar, te chamar          de meu. 

E chamar, chamar, 
re-chamar, 
re-amar. 
Assim. Todo dia e a cada dia.

marianne a. 

quinta-feira, 22 de março de 2012

A menina e o Tempo


Ansiosa, entediada e extremamente arretada com a monotonia dos seus dias, a menina perguntou pro tempo:

- Seu Tempo, como é que a gente faz pra dar uma sacudida na vida e colocar um fim nessa sem graceza que me dá nos nervos?

 E o Tempo respondeu:

- Sossega, menina. Solta esse cabelo, pinta a boca de vermelho e deixa as coisas acontecerem. Vá até a janela, vá olhar a chuva e aprende a ouvir a voz do vento. E vê se lembra: a paz precede a guerra, o silêncio precede a música. E é quando nada acontece, que tudo tá acontecendo.

marianne a.


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Minto. Logo, existo.

 
Pareço estar sempre bem, e, no fundo, sempre estou. Quando me perguntam se está tudo bem, posso até olhar pro lado, dar um suspiro e disfarçar com um sorriso amarelo, mas, descarada que sou, sempre digo que sim. Dizem por aí que uma mesma mentira dita mil vezes vira verdade. E não é que vira mesmo? É a minha verdade. Tão minha que eu mesma inventei. Às vezes até bate um arrependimento quando me lembro de minha mãe me ensinando a dizer sempre a verdade, acima de tudo. Mas repito pra mim mesma um trechinho de Mário Quintana que se tornou, para mim, uma oração: 

Não há coisa na vida inteiramente má. 
Tu dizes que a verdade produz frutos...
Já viste as flores que a mentira dá?

Se é fruto da verdade ou da mentira, não me importa. O fato é que dizer que tá tudo bem mesmo quando o mundo parece desabar sobre a minha cabeça tornou-se uma forma de não aceitar que qualquer coisinha seja capaz de me abalar as estruturas e me cegar ao ponto de não conseguir enxergar colorido em meio à escuridão. Deixo minha mentira transformar-se numa verdade florida. Assim sigo. Assim tudo se resolve.
E, a propósito, antes que me perguntem, tô bem, tô em paz. Tô feliz.

marianne a.